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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jardim reciclado: veja como fazer um jardim gastando pouco

Maria Varlene Kuhn, aluna do curso técnico em Paisagismo do CEPDAP (Centro de Educação Profissional de Design, Artes e Profissões, em Curitiba), foi responsável pelo desenvolvimento de um projeto sustentável, em que reaproveitou toda a vegetação e plantas de outros ambientes, sem precisar adquirir nenhum objeto para criar um novo jardim dentro de um campus universitário.
Maria Varlene reaproveitou plantas de outros lugares do campus, que antes eram descartadas, e transformou troncos de árvores em bancos. Com o projeto, Maria mostra que é fácil ter um jardim em casa.
“Acho que não custa nada ter um canto assim, a pessoas só tem que ter criatividade. Utilizar a madeira de podas, por exemplo, dentro do seu quintal não tem custos. Trocar plantas com amigos e familiares também não. Não é necessário ir em floriculturas comprar as mudas, mas sim trocar com outras pessoas. Quem sabe uma erva para chás ou temperos para comidas”, diz Maria Varlene. Assim, além de montar um jardim, as pessoas seriam capazes de montar um local cheio de memórias e lembranças de pessoas queridas.
O importante nesse projeto, ainda, é pensar na utilização do local, que antes era quase inacessível, em um local que pode ser usado pelos alunos e frequentadores do local.
Para fazer um jardim sustentável, Maria Varlene dá dicas: restos de plantas podadas ou tábuas de construção podem ser moídos e usados para fazer caminhos e canteiros, troncos mais grossos podem ser usados como bancos, banquetes ou suportes para mesa. No projeto que realizou, Maria utilizou pedras que eram restos de uma reforma. O mais importante é ter criatividade e pensar em como reutilizar os materiais que já existem.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Reciclagem, um primeiro passo!

Cada vez mais as pessoas ficam estimuladas a contribuir para a preservação ambiental, mas muitas vezes não sabem exatamente o que fazer. Então aí vai uma dica: que tal começar pela reciclagem?

A reciclagem, além de ser extremamente importante para reduzir a extração de recursos naturais para atender à crescente demanda por matéria prima das indústrias, ainda ajuda muito a amenizar um dos maiores problemas da atualidade: o lixo. Estima-se que o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. Destes, apenas 160 mil são coletados e o destino de 76% desses restos tidos como “inúteis” e “indesejáveis” ainda são os lixões a céu aberto.

Os aterros controlados recebem 13% desse volume. Nos aterros sanitários são depositados 10% e apenas 1% é encaminhado para reciclagem. É uma estatística muito pobre para um lixo avaliado como um dos mais ricos do mundo.  Como comparação, o percentual de resíduo urbano reciclado na Europa e nos EUA é de 40%.

Além do impacto ambiental, temos o impacto econômico. O custo para tratar todo esse lixo é enorme. Para se ter uma idéia, uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes gasta por ano entre 9 e 10 milhões de reais para fazer o tratamento adequado.  Estima-se que mais de 50% destes resíduos poderia ser reciclado, o que além de reduzir custos ainda poderiam gerar receita para a própria cidade ou para cooperativas de catadores, além de amenizar o impacto ambiental.

Então como ajudar?

Primeiro precisamos mudar nossos hábitos de consumo, praticando o consumo consciente, evitando o desperdício, pensando nas embalagens que depois irão para o lixo e dando preferência para as que sejam recicláveis. Para saber mais sobre essa etapa confira o site do Instituto Akatu para o Consumo Consciente.
Depois, temos que aprender a separar o material reciclável do não reciclável e incentivar os amigos, vizinhos e parentes a fazer o mesmo. Para saber quais são os materiais recicláveis consulte o panfleto orientativo no site do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem).
O passo seguinte é organizar a coleta seletiva em sua rua, condomínio, empresa ou até em seu município. No site do CEMPRE você encontra cooperativas em todo o Brasil e ainda consulta manuais com todas as orientações para implantação da coleta de recicláveis em seu município.
As cooperativas podem contribuir distribuindo material com orientações, realizando palestras e ajudando na infra-estrutura e planejamento da coleta.
É importante saber que o material coletado por essas cooperativas geram emprego para muitas famílias, ajudam na preservação ambiental, além de reduzir os custos com tratamento do lixo pela prefeitura. Afinal, o “p” de “profit” (lucro, em inglês), também é um dos pilares da sustentabilidade!

sábado, 13 de agosto de 2011

Empresa usa resíduos de couro para fabricar blocos para a construção civil

A empresa paulista produtos de couro, Couroecol, desenvolveu um processo que permite utilizar o resíduo de couro na fabricação de blocos com melhor isolamento térmico e que podem substituir os blocos convencionais na construção civil, disse à Revista Sustentabilidade, Emar Garcia Junior, dono da empresa.

"Fiz um curso de curtume que me abriu a cabeça [para o problema dos resíduos]", lembrou empresário e arquiteto. "Aí comecei a pesquisar maneiras de aproveitar o resíduo".

Segundo Garcia Júnior, só a cidade de Franca, onde encontra-se um dos maiores pólo calçadista do país, são destinados ao aterro industrial local cerca de 100 toneladas por dia de aparas e outros resíduos de couro descartados na fabricação de calçados. Este material contém 17 tipos de diferentes de produtos químicos usados para processar o couro cru e que são destinados a aterros. A maioria destes aditivos são nocivos ao meio ambiente e à saúde.

O chorume dos aterros que recebem os resíduos da industria calçadista e dos curtumes, portanto, carregam estes produtos químicos. Acidentes podem acontecer. Em outubro de 2006, o rio dos Sinos no Rio Grande do Sul, local onde se concentra os cortumes gaúchos, foi contaminado pelo chorume dos aterros da região, provocando a mortandade de 86 toneladas de peixes.Segundo dados da Cetesb de 2005, cada tonelada de couro processado resulta em 2,4 tonladas de resíduos,

O processo desenvolvido pela Couroecol, e que foi desenvolvido com recursos próprios, consiste no trituramento de resíduos da industria e adição de um aglutinante, que neste caso é feito a base de água e não poluente. O aglutinante já foi patenteado pela empresa. O couro vem das aparas e resíduos oriundos da fabricação de calçados, maior parte de Franca, cidade onde se concentra grande parte da indústria calçadista de São Paulo.

A massa resultado deste processo é transferida para moldes, prensada e transferida para o processo de secagem, conhecido como cura.

Na prensagem convencional a água contida na massa é retirada pela alta pressão, carregando produtos químicos utilizados no processo de fabricação do couro, entre eles o cromo, o enxofre e o alumínio.

"No nosso processo, paramos de prensar antes de começar a sair água", informou Garcia Junior explicando que o processo visa manter alguns dos químicos, como o cromo, que dão durabilidade ao bloco. "O cromo torna o couro eterno, se você enterrar um sapato ele dura pra sempre".

Outra diferença do processo convencional de fabricação de blocos de concreto é a secagem natural ao ar livre, o que evita a emissão de gases que ocorre na secagem industrial em fornos. O tempo de secagem dos blocos é em média sete dias, o mesmo tempo requerido na secagem dos blocos de concreto.

Segundo Garcia Junior os blocos da Couroecol são até 50% mais leves que os blocos de concreto e são isolantes térmicos e tem eficiência de 40% no isolamento acústico.

O produto tem alta durabilidade, característica adquirida com a adição de cromo ao couro pelos curtumes, disse Garcia Júnior.

Segundo ele, ao utilizar os blocos de resíduos, o custo nas obras diminuirá pois não será necessário fazer os acabamentos convencionais, as paredes podem receber apenas uma camada de massa acrílica para impermeabiliza-las.

O valor do bloco feito a partir de resíduos é o mesmo valor do bloco de concreto, ou seja cerca de R$1. Garcia Júnior disse que para cada bloco de 2,3 kg são necessários 2,3 kg de resíduos para produzi-lo, conclui Garcia Junior.

A Courecol começou a porduzir os blocas há um ano e meio e, por meio de uma parceria, deve fornecer os blocos de couro para construir um refeitório de uma curtidora em Franca..

A exportação de couro brasileira alcançou em 2008 o faturamento de US$ 1,88 bilhões. Os maiores estados exportadores do material são São Paulo e Rio Grande do Sul que respondem por 30 e 27% respectivamente do faturamento.

A indústria de couro em si também gera um grande volume de respiduos, efluentes líquidos e poluentes gasosos. Segundo dados da Cetesb de 2005, cada tonelada de couro processado resulta em 2,4 tonladas de resíduo sólido, 120 metros cúbicos de efluentes líquidos e 160 quilos de poluentes atmosféricos, em média.

Os proximos passos são obter certificações que comprovem que o produto final é limpo e buscar uma forma de gerar créditos de carbono com o processo, disse Garcia de Souza.

"As minhas expectativas são as melhores pois o déifict habitacional é alto e eu ofereço um produto com menor custo", disse.
Fonte: Revista Sustentabilidade